sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Diagnose Foliar

COMO FAZER DIAGNOSE VISUAL

O estado nutricional das plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). O objetivo da avaliação nutricional das plantas é identificar os nutrientes que estariam limitando o crescimento e produção das culturas. Consiste basicamente, em se comparar uma planta, uma população de plantas ou uma amostra dessa população com um padrão da cultura em questão. O padrão seria uma planta “normal”, sem nenhuma limitação do ponto de vista nutricional e capaz de altas produções.

           Para um adequado monitoramento da fertilidade do solo e da nutrição vegetal, recomenda-se conciliar os métodos da análise de solo e da diagnose do estado nutricional das plantas.
Na maioria das vezes a folha é utilizada como amostra, pois é aquele que melhor reflete o estado nutricional da planta. Como nas folhas ocorrem os principais processos metabólicos do vegetal, as mesmas são os órgãos da planta mais sensíveis às variações nutricionais. Se houver falta ou excesso de um nutriente, isto se manifestará em sintomas visíveis, os quais são típicos para um determinado elemento.

Diagnose visual na Cultura da Cana-de-açúcar:

De acordo com a fisiologia vegetal e a mobilidade dos nutrientes dentro da planta, deve-se observar se os sintomas ocorrem nas folhas velhas ou novas, de forma que é possível elaborar chaves de diagnose visual.
Chave para identificação de deficiencia e toxidez.


Descrição dos sintomas de deficiência:



Nitrogênio (N): 
A deficiência de nitrogênio causa efeitos generalizados sobre toda a planta, com definhamento das folhas mais velhas. As lâminas foliares ficam uniformemente verde-claras a amarelas e os colmos ficam mais curtos e finos. Há atraso no desenvolvimento vegetativo e as pontas e margens das folhas mais velhas tornam-se necróticas (secam) prematuramente.

Fósforo (P): Com a falta de fósforo, as folhas velhas apresentam-se com tons avermelhados nas pontas e margens das folhas expostas ao sol. Ocorre, ainda, uma diminuição no seu tamanho. Os colmos ficam menores e finos e há diminuição do perfilhamento da planta.

Potássio (K): Os sintomas da deficiência têm início nas folhas velhas, que apresentam-se amarelo-alaranjadas, sendo que podem se tornar totalmente marrons. Essa clorose evolui para necrose, deixando as folhas com aspecto de queimadas. Ocorre, também, afinamento dos colmos e a nervura principal apresenta manchas de coloração avermelhada. Um sintoma de deficiência de potássio que ocorre no final do ciclo é o ponteiro em forma de leque, conhecido como “topo de penca”.

Cálcio (Ca): Os sintomas de carência de cálcio ocorrem em folhas novas, que ficam esbranquiçadas e enrolam para baixo, formando um gancho (Figura 4). As folhas mais velhas podem ficar com aspecto enferrujado. Quando a deficiência fica mais aguda, nota-se um afinamento e amolecimento dos colmos.

Magnésio (Mg): Os sintomas aparecem nas folhas velhas na forma de pontuações, começando nas pontas e ao longo das margens. Surgem lesões necróticas vermelhas com aparência de ferrugem. A parte interna da casca do colmo apresenta coloração amarronzada.

Boro (B): A deficiência de boro causa uma deformação nas folhas novas, que se apresentam retorcidas chegando a formar “nó” entre as folhas. Surgem lesões translúcidas (sacos de água) entre as nervuras e plantas novas com muitos perfilhos. As folhas tendem a ficar quebradiças e as folhas do cartucho podem ficar cloróticas e, posteriormente, necróticas, semelhantes aos sintomas da doença conhecida como Pokah boeng.

Enxofre (S): O sintoma de deficiência de enxofre é evidenciado nas folhas novas, que apesentam clorose generalizada, diminuição do tamanho das folhas e colmos muito finos.

Cobre (Cu): A deficiência de cobre leva à ocorrência de clorose em folhas novas na forma de “ilhas” ou manchas verde escuras. As touceiras não conseguem se sustentar (touceira amassada) e os tecidos foliares perdem turgidez, fazendo com que as folhas fiquem caídas (sintoma de topo caído).

Manganês (Mn): 
A falta de manganês faz com que as folhas novas apresentem clorose entre as nervuras, da ponta até o meio da folha, que evoluem para necroses. Com o vento, ocorre o desfiamento das folhas.

Zinco (Zn): Com a deficiência de zinco, surgem estrias cloróticas verde-claras nas folhas, formando uma faixa larga, sendo que a região bem próxima da nervura central e das bordas permanece com uma faixa. As folhas ficam curtas, assimétricas e largas na parte média. O perfilhamento é reduzido e os internódios, mais curtos. Os colmos ficam mais finos e podem perder a turgidez (sintoma de colmos moles).
Molibdênio (Mo): A deficiência de molibdênio causa pequenas estrias cloróticas longitudinais, começando no terço apical da folha. As folhas mais velhas secam, prematuramente, do meio para as pontas.

Ferro: A falta de ferro pode causar clorose internerval nas folhas mais novas e, conforme a deficiência se acentua, toda a planta vai ficando clorótica-esbranquiçada.

Diagnose visual na Cultura do Milho:

Nitrogênio: Amarelecimento da ponta para a base em forma de "V'; secamento começando na ponta das folhas mais velhas e progredindo ao longo da nervura principal; necrose em seguida e dilaceramento; colmos finos.
Potássio: Clorose nas pontas e margens das folhas mais velhas seguida por secamento, necrose ("queima) e dilaceração do tecido; colmos com internódios mais curtos; folhas mais novas podem mostrar clorose internerval típica da falta de ferro.

Magnésio: As folhas mais velhas amarelecem nas margens e depois entre as nervuras dando o aspecto de estrias; pode vir depois necrose das regiões cloróticas; o sintoma progride para as folhas mais novas.

Zinco: Faixas brancas ou amareladas entre a nervura principal e as bordas, podendo seguir-se necrose e ocorrer tons roxos; as folhas novas se desenrolando na região de crescimento são esbranquiçadas ou de cor amarelo-pálida; internódios curtos.

Fósforo: Cor verde-escura das folhas mais velhas seguindo-se tons roxos nas pontas e margens; o colmo também pode ficar roxo.

Molibdênio: Pequenas manchas brancas nas nervuras maiores, encurvamento do limbo ao longo da nervura principal.

Enxofre: Folhas novas e recém-formadas com coloração amarelo-pálida ou verde suave. Ao contrário da deficiência de nitrogênio, os sintomas ocorrem nas folhas novas, indicando que os tecidos mais velhos não podem contribuir para o suprimento de enxofre para os tecidos novos, os quais são dependentes do nutriente absorvido pelas raízes.

Cálcio: As pontas das folhas mais novas em desenvolvimento gelatinizam e, quando secas, grudam umas às outras; à medida que a planta cresce, as pontas podem estar presas. Nas folhas superiores aparecem, sucessivamente, amarelecimento, secamento, necrose e dilaceração das margens e clorose internerval (faixas largas); morte da região de crescimento.

Boro: Faixas alongadas aquosas ou transparentes que depois ficam brancas ou secas nas folhas novas; o ponto de crescimento morre; baixa polinização; quando as espigas se desenvolvem podem mostrar faixas marrons de cortiça na base dos grãos. 

Cobre: Amarelecimento das folhas novas logo que começam a se desenrolar, depois as pontas se encurvam e mostram necrose, as folhas são amarelas e mostram faixas semelhantes às provocadas pela carência de ferro; as margens são necrosadas; o colmo é macio e se dobra. 
Ferro: Clorose internerval em toda a extensão da lâmina foliar, permanecendo verdes apenas as nervuras (reticulado fino de nervuras).

Manganês: Clorose internerval das folhas mais novas (reticulado grosso de nervuras) e depois de todas elas quando a deficiência for moderada; em casos mais severos aparecem no tecido faixas longas e brancas e o tecido do meio da área clorótica pode morrer e desprender-se; colmos finos. 

Diagnose visual na Cultura do Algodão:

Nitrogênio:  A deficiência de nitrogênio resulta em clorose, ou seja, perda da intensidade da cor verde em toda a planta, por causa da redução da clorofila.

Fosforo:  A deficiência de P reduz a fotossíntese, o acúmulo e a translocação dos carboidratos para as maçãs do algodoeiro.

Potássio: O algodoeiro é considerado pouco eficiente na absorção de potássio do solo quando comparado a outras espécies. Dessa forma, a deficiência de K ocorre com maior frequência e intensidade que na maioria das espécies agronômicas. Sua deficiência tradicional, em pré-florescimento, é caracterizada pela clorose internerval das folhas do baixeiro, seguida de necrose nas margens e queda.

Cálcio: A deficiência de cálcio (Ca) não é comum em campo. Em geral, os efeitos da acidez do solo e da pobreza dos demais nutrientes superam ou se expressam mais rápido do que o de deficiência desse nutriente nas lavouras.

Magnésio: Os sintomas de deficiência de magnésio se caracterizam pelo lento crescimento do algodoeiro. Por ser um nutriente de alta mobilidade na planta, os sintomas iniciais surgem nas folhas do baixeiro.

Enxofre: Com a deficiência de enxofre, a fotossíntese é reduzida, afetando a produtividade e a qualidade da fibra. As plantas deficientes em enxofre têm crescimento reduzido.

Boro: Em virtude da baixa mobilidade do boro na planta, os primeiros sintomas ocorrem nas partes jovens, nos tecidos de condução e nos órgãos de propagação. Os sintomas de deficiência mais comuns no campo são: amarelecimento das folhas do ponteiro; no período de florescimento/ frutificação aparecem anéis concêntricos verdeescuros nos pecíolos (Figura 17) e nas hastes, com necrose interna da medula.

Dificilmente os micronutrientes cloro, molibdênio, ferro, cobre e zinco apresentam deficiências visuais em campo. 

Diagnose visual na Citricultura:

N: Folhas velhas amarelas; folhas ralas; poucos lançamentos.

P: Frutos com miolo ôco Fósforo.

K: Folhas bronzeadas e encurvadas; frutos pequenos; queda exagerada de frutos Potássio.

Mg: Folhas velhas com V verde ao longo da nervura principal.

Boro: Morte de gemas; folhas menores e deformadas.

Cobre: Folhas grandes e flácidas; exsudação de goma nos ramos novos; frutos com manchas escuras.

Manganês: Folhas novas com amarelecimento ou cor verde-pálida entre as nervuras.

Zinco: Internódios mais curtos; folhas novas estreitas com cor amarelada entre as nervuras.

Diagnose visual na Cultura da Soja:

Macronutrientes primários: N, P, K

Nitrogênio (N): A característica da deficiência do N é a redução uniforme de coloração verde das folhas, alterando-se para verde pálido e amarelado (clorose), devido à elevada mobilidade desse nutriente, os sintomas se iniciam pelas folhas mais velhas.

Fósforo (P):O P é rapidamente translocado dentro das plantas e pode mover-se dos tecidos mais velhos para os mais novos, em condições de reduzida disponibilidade no solo. Em plantas adultas, a grande parte do P transloca-se para as sementes. Devido à alta mobilidade do P na planta, seu sintoma de deficiência aparece, inicialmente, nas folhas mais velhas, caracterizado pela coloração anormal em verde-escuro azulado ou bronzeada. A cor púrpura deve-se ao decréscimo da síntese de proteína quando P é deficiente. Outras anormalidades na planta podem ser: caules finos, folhas pequenas, crescimento lateral limitado. Em linha onde o adubo fosfatado não foi aplicado pela adubadora, as plantas ficaram com altura e crescimento reduzidos.


 Potássio (K): Inicialmente, com a deficiência do K, tem-se o amarelecimento no ápice das folhas adultas, sendo atingidas as bordas e toda a lâmina foliar, com necroses posteriores dos tecidos na mesma ordem de progressão dos sintomas. Na linha onde não foi realizada a adubação potássica pela adubadora, nota-se o amarelecimento das folhas e plantas menores do que as normais, com haste grossa. As plantas com deficiência de K têm flores remanescentes, menos vagens, o tamanho é pequeno e sem sementes, comparado com plantas normais. As vagens são manchadas o que afeta a qualidade de sementes. A deficiência de K também causa a abertura de vagens com germinação e deterioração de sementes em seu interior. Em solos arenosos, a aplicação insuficiente de K por vários anos pode causar sintomas de: haste verde, haste verde e retenção foliar, frutos partenocárpicos.

Macronutrientes Secundários: CA, Mg e S
Cálcio (Ca): Com a carência de Ca, são afetados os pontos de crescimento, bem como os meristemas apicais das hastes e das raízes, podendo ocorrer à morte da planta. As folhas tornam-se enroladas e pode haver o colapso dos pecíolos. O sistema radicular apresenta-se com coloração marrom e pequeno desenvolvimento.

Magnésio (Mg): Sua deficiência é visualizada nas folhas velhas, inicialmente em clorose marginal e, posteriormente, internerval, seguindo-se o secamento das bordas.

Enxofre (S): Os sintomas de deficiência de S são semelhantes àqueles do N diferindo-se deste último por ser nas folhas mais novas, devido à sua menor mobilidade nos tecidos. O sistema radicular e a nodulação são reduzidos. Excesso de S pode causar toxidez. A aplicação de superfosfato triplo, no cerrado do primeiro ano, em lugar de superfosfato simples (contém 13% de S) causa sintomas similares aos de deficiência de N e as plantas não crescem. O excesso de S nas folhas causa manchas de amarelecimento.

Os Micronutrientes Que Tem Recebido Maior Atenção São Boro, Zinco, Manganês, Molibidênio E Ferro

 Boro (B): Devido à baixa solubilidade dos compostos de B na planta, o sintoma de deficiência é constatado nas gemas apicais e em folhas novas. Pela figura, nota-se que as folhas são coriáceas, rugosas e espessas.
Zinco (Zn): O sintoma de deficiência de Zn é observado em folhas adultas com coloração amarelo- castanho.

Cobre (Cu): Os sintomas de deficiência de Cu são: clorose, morte apical e internódios curtos, clorose (cor violeta) nas bordas da folha; desenvolvendo-se entre as nervuras, com início nas folhas novas.

Ferro (Fe): O sintoma de deficiência de Fe é a clorose internerval, que pode ser confundida com o sintoma provocado pela deficiência de N, em caso de ser inicial. Com a progressão dos sintomas visuais, é possível distinguir da deficiência por N, por ocorrer em folhas mais novas. Devido à sua mobilidade em estado mais avançado, a cor verde desaparece completamente inclusive nas nervuras principais. A soja FTA é usada como planta indicadora de deficiência de Fe.

Manganês (Mn): Plantas deficientes em Mn têm inicialmente clorose nas folhas, sendo esse mais grosseiro do que o de Fe; a toxicidade se caracteriza pela encarquilhamento das folhas e presença de pintas necróticas.


Molibdênio (Mo): Os sintomas de deficiência de Mo são semelhantes aos de N, pois esse micronutriente é essencial à incorporação de N ao esqueleto orgânico dos tecidos e em leguminosas, por ser integrante de enzima nitrogenase, no caso de sua deficiência e também a absorção de N atmosférico.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Relatório de Visita técnica Adubos fosfatados


VALE FERT é uma empresa que transforma recursos naturais em nutrientes solúveis, ou seja, de forma em que possa ser absorvido pela planta.

            Os nutrientes são essenciais às plantas; a utilização destes no cultivo contribui com o desenvolvimento da agricultura, ajudando-nos a vencer o desafio de produzir mais alimentos com menor impacto ao meio ambiente.


Questões:

1)      Quantos % de P2O5 apresenta a rocha no momento da extração? E ao término do beneficiamento?

     No momento da extração a rocha fosfática apresenta 5% de P2O5 e ao término do processo apresenta 35%.

2)      Porque a indústria não fica próxima a área de exploração?

      Pois, a rocha em polpa é transportada via mineroduto até Uberaba.

3)      Qual a distância do mineroduto?

A distância é de 120 km da jazida de extração de Tapira- MG até Uberaba.

4)      Quais os produtos são produzidos pela empresa em Uberaba?

Ácido Sulfúrico
Ácido Fosfórico
Fosfato Bicálcico
Gesso
MAP
Superfosfato Triplo – TSP

5)      Qual a capacidade de produção de superfosfato triplo, simples e MAP?
       
TSP (granulado)......................................................759.580 ton/ano
TSP (farelado).........................................................305.912 ton/ano
MAP (granulado).................................................... 875.595 ton/ano
MAP (pó) ............................................................... 42.921 ton/ano
 
·         Na unidade não é produzida o superfosfato simples.

6)      Qual a diferença na produção entre os três fertilizantes acima?

O superfosfato triplo é produzido a partir da reação do ácido fosfórico com a rocha fosfática.
O superfosfato simples é produzido a partir da rocha fosfática atacada com o ácido sulfúrico.
O MAP é produzido a partir da reação do ácido fosfórico com a amônia.

Fluxo de produção de fertilizantes - NPK


7)      Como o gesso é separado do superfosfato simples? Quanto deste produto é gerado pela indústria anualmente?
     
      O gesso é precipitado no momento em que a rocha fosfática é atacada pelo ácido sulfúrico. Anualmente é gerado 1.311.198 ton/ano de gesso pela indústria VALE.



8)      A empresa apresenta algum plano de investimento para o crescimento da produção de P2O5? Se sim em quanto?

Sim, no entanto seu crescimento depende da unidade de Patrocínio.






quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Importância da palhada em sistema de plantio direto



        O sistema plantio direto na palha é considerado o manejo mais sustentável e eficaz na conservação do solo, por todos os benefícios que promove em suas características químicas, físicas e biológicas, como a redução do impacto direto das gotas de chuva, aumento da infiltração da água, diminuição do escorrimento superficial, redução da amplitude térmica e manutenção da umidade, redução da infestação de plantas daninhas, aumento do teor de matéria orgânica, expansão da “janela de plantio”, redução no consumo de combustível e ciclagem de nutrientes, dentre outras vantagens que proporciona.
        A camada que cobre a superfície do solo atua dissipando a energia cinética da chuva e impedindo o impacto direto das gotas sobre o solo. Esse impacto é o inicio do processo de erosão do solo, que é responsável direto pela sua degradação e perda do potencial produtivo das culturas. 


Figura 1. Fases do processo de erosão. O impacto da gota de chuva sobre o solo desnudo (A) causa a fragmentação e formação de pequenas partículas (B) que bloqueia os poros e formam uma superfície selada (C). A água que escorre carrega partículas de solo que são depositadas nas partes baixas onde a velocidade da água é reduzida (D) (Derpsch et al. 1991).

        Essa cobertura do solo funciona também, como obstáculo ao escorrimento superficial da água, pois o contato da palha com a superfície do solo atua como uma barreira física ao livre deslocamento da água, aumenta a sinuosidade do fluxo e a oportunidade de infiltração no solo. Consequentemente, a palhada impede o arrastamento de partículas de solo pela enxurrada, dessa forma minimizando ou eliminando a erosão. 
        A palha protege a superfície do solo e, consequentemente, seus agregados da ação direta dos raios solares e do vento; diminui a taxa de evaporação, permitindo o aumento da infiltração e do armazenamento de água no solo e mantem a temperatura mais amena na camada mais superficial, reduzindo sua amplitude, e favorecendo o desenvolvimento de plantas e organismos do solo. A palha depositada sobre a superfície afeta significativamente o regime térmico do solo, principalmente pela reflexão e absorção da energia incidente, que relaciona-se à cor, tipo, quantidade e distribuição da palha.
Figura 2- Umidade do solo com solo coberto por palhada.


        Com a manutenção da palha sobre a superfície ocorrerá um processo de acúmulo gradativo de material orgânico no solo com o transcorrer do tempo. A partir de determinado momento, quando a taxa de adição deste material orgânico superar a taxa de decomposição, a concentração de matéria orgânica tenderá a aumentar, resultando no aumento da fertilidade do solo e aumento de energia para ao microorganismos, aumentando a atividade microbiana . Como resultado  da maior concentração de nutrientes nas camadas superficiais e do maior teor de  matéria orgânica, haverá aumento na eficiência de uso dos nutrientes, o que em  muitas situações possibilitará redução nas dosagens dos adubos. 

Figura 3- Solo rico em Matéria Orgânica


        Sem dúvidas a maior contribuição oferecida pela palha para o solo e o sistema produtivo está no aumento dos teores de carbono no solo e consequentemente na matéria orgânica. O aumento da matéria orgânica do solo reflete-se diretamente em indicadores de Fertilidade como a CTC, em aspectos físicos como retenção de água e menor temperatura do solo, resultando em melhor aproveitamento dos nutrientes oriundos de adubos e maior produtividade das culturas.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Aula Prática 1 - Fertilizantes

              Identificação de fertilizantes

        Os fertilizantes podem ser classificados de acordo com sua natureza, química ou física. De acordo com os atributos de natureza física, podem ser classificados como sólidos, fluídos e gasosos.

Os fertilizantes sólidos estão subdivididos em duas classes: 

a) Pó ou farelado: quando as partículas são de pequenas dimensões. 

b) Granulado: quando as partículas são de dimensões que permitem caracterizar um granulo. Nesta classe, as misturas de fertilizantes apresentam peculiaridades próprias:

- misturas de grânulos:  São misturas físicas e caracterizam-se por apresentar os nutrientes contidos em grânulos distintos;

- misturas granuladas: são as obtidas pela mistura de dois ou mais fertilizantes simples em pó e sua posterior granulação, ou são obtidas de uma mistura complexa e posterior granulação. Caracterizam-se por conter, em cada grânulo, todos os nutrientes garantidos na mistura. 

 Fluidos: são os fertilizantes que se apresentam no estado liquido. 

Gasosos: são os fertilizantes que se apresentam no estado gasoso, nas condições normais de temperatura e pressão. O único fertilizante que se apresenta nesta forma é a amônia anidra. 

        Uma das características químicas dos fertilizantes é o número de nutrientes presentes em sua composição.  Um único produto pode apresentar um (mononutriente), dois (binário), três (ternário) macronutrientes primários, assim como pode conter, também, macronutrientes secundários e micronutrientes.

       O armazenamento dos fertilizantes deve ser feito em local fechado, ventilado, seco, limpo e nivelado. Os fertilizantes dever ser colocados sobre paletes, evitando contato com o chão e com as paredes.
Em caso de armazenamento externo, deve ser colocado lona sob e sobre o fertilizante, observando o tempo de armazenamento que não deve ser a longo prazo. 

        O objetivo da aula prática foi de identificar os diferentes fertilizantes, sua natureza física e química e observar as condições de armazenamento do barracão do Instituto.


        A aula prática foi dada pelo professor Doutor Luis Augusto Domingues no dia 22 de agosto de 2016, no barracão de fertilizantes do  Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro.

1- Fertilizantes

Foi identificado o fertilizante mononutriente:
00 - 20 - 00
Registro MG- 05049.1432-3
Adubos Paranaíba
















Dois fertilizantes Binários:

01 - 18 - 00
Registro ES- 05022.10948-1
Heringer












01 - 00 - 57
Registro GO-8626610063-0
Heringer



















Três Fertilizantes ternários

04 - 14 - 08
Registro ES 050210026-2
Heringer





















10 - 10 - 10
Registro ES 0502.10035-1
Heringer















20 - 05 - 20
Registro MG 0504910189-8
Adubos Paranaíba















2- Fertilizante granulado encontrado no barracão de fertilizantes

NPK 04 - 14 - 08















Fertilizante farelado encontrado no barracão de fertilizantes

Cloreto de Potássio










Fertilizante em Pó encontrado no barracão de fertilizantes

Super fosfato simples














3- Os fertilizantes contendo nitrogênio disponíveis no barracão são:

43 - 00 - 01
10 - 10 - 10
01 - 00 - 57
14 - 03 - 19
20 - 05 - 20
03 - 17 - 00
01 - 18 - 00
04 - 14 - 08

4- Sobre as condições de armazenamento dos fertilizantes no barracão, podemos citar alguns fatores positivos, que estavam de acordo com o recomendado e outros negativos. 

Dentre os pontos positivos observamos:

- Os fertilizantes estavam empilhados sobre palets, não tendo contato direto com o chão.
- O barracão é coberto e apresenta certa ventilação, não mostrou ter goteiras e é feito de concreto.
- O chão tem uma superfície nivelada, seca e regular, livre de buracos.
- As pilhas de fertilizantes não eram altas , sendo assim estavam estáveis.












Dentre os pontos negativos podemos destacar que:

- Os sacos de fertilizantes estavam próximos ou em contato com as paredes, que se apresentavam úmidas. 
- O calcário estavam armazenados em sacos de fertilizantes, estes que deveriam estar em locais separados. 
- Havia sementes tratadas no meio do galpão, sujeitas a pisoteio e contaminações em geral. 
- Haviam sacos de fertilizantes abertos, fazendo com que houvesse já reações do fertilizante com o meio. A ureia do NPK já estava úmida.






























5- Se for aplicado 400 Kg de 04 - 14 - 08 por ha para a cultura do milho, estaremos aplicando:
16 Kg por ha de Nitrogênio;
56 Kg por ha de Fósforo e 
32 Kg por ha de Potássio.

Contando que no barracão há disponível 70 sacos de NPK 04 - 14 - 08, com 50 Kg cada saco, seria possível adubar 8,75 ha.

6- No barracão há disponível o fertilizante organomineral Geociclo, cuja formulação é 04 - 03 - 19, carbono orgânico 08, composição: MAP, Cloreto de Potássio, Composto orgânico e ureia. Sua característica física é granulada, do tipo mistura granulada.


7- Levando-se em consideração apenas o P2O5, temos:


01 saco de 03-17-00                              17% de 50 Kg = 8,5 Kg
02 sacos de 10-10-10                            10% de 50 Kg = 5 Kg x 2= 10 kg
03 sacos de 00-20-00                          20% de 50 Kg = 10 Kg x 3= 30 Kg
04 sacos de 04-03-19                           03% de 50 Kg = 1,5 Kg x 4= 6 Kg
10 sacos de 20-05-20                           05% de 50 Kg = 2,5 Kg x 10= 25 Kg
70 sacos de 04-14-08                           14% de 50 Kg = 7 Kg x 70= 490 Kg


Há 565,5 Kg de P2O5 disponíveis no barracão.